A madeira é uma das filhas mais nobre da Natureza e por isso os estudos sobre o uso, a conservação e o restauro de componentes e elementos construtivos e artísticos da madeira despertam interesses que extrapolam as mais diversas áreas da economia, da preservação e da sustentabilidade do meio ambiente.
No Curso de Conservação e Restauro de Madeira do CECI-Educação (www.cecieducacao.org.br) apresentam-se informações gerais e técnicas sobre a utilização das madeiras nas construções luso-brasileiras durante os períodos Colonial, Imperial e Republicano no Brasil, aí incluindo o Movimento Moderno da Arquitetura.
Saber como manter, conservar e restaurar a madeira é uma condição essencial para o profissional que se dedica à preservação de patrimônios históricos .
A imagem 1 acima, os alunos examinam uma estrutura de telhado
A madeira, material amplamente utilizado em diversas construções ao longo da história, possui uma relevância cultural no contexto da memória coletiva que transcende épocas e regiões. A sua exposição ao meio ambiente, após ser extraída da natureza e beneficiada pelo homem, ameaça a sua integridade exigindo cuidados específicos. Desde os trabalhos mais refinados das obras de arte, aos artefatos comuns e aos componentes e elementos construtivos, todos exigem ações para se evitar os ataques de insetos, fungos e tantos outros agente de acarretam sua degradação e decaimento.
Entre todos os materiais que a natureza coloca à disposição do homem a madeira proporcionou e ainda oferece a possibilidade de modelagem de coisas e objetos que são testemunhos das habilidades artesanais e de estilos arquitetônicos e artísticos de todas as épocas.
No âmbito da preservação do patrimônio cultural edificado, as edificações e os componentes construtivos e artísticos em madeira receberam destaque na 12ª Assembleia Geral do ICOMOS em 1999 na cidade do México. Na ocasião, foram definidos os princípios e as práticas básicas e universalmente aplicáveis para a proteção e para a preservação das estruturas históricas em madeira com o grifo de se respeitar o significado cultural. . Neste sentido, é importante ao profissional arquiteto e engenheiro saber sobre os principais procedimentos de manutenção, conservação e restauro da madeira a serem adotados para a garantia da integridade e da autenticidade dos bens culturais feitos com esse material. A conduta básica a ser adotada é a da mínima intervenção necessária à conservação e ao restauro da funcionalidade dos componentes com a utilização das técnicas construtivas tradicionais.
A imagem 2 acima, os alunos observam e analisam uma tesoura tipo canga-de-porco
Rememorando um pouco a Teoria do Restauro quando trata da integridade e autenticidade:
− A integridade dos bens de valor cultural, as cartas patrimoniais mais recentes, editadas a partir dos meados da década de 1990, assim como a teoria contemporânea da conservação do patrimônio cultural construído (VIÑAS, 2003), entende a preservação não pelos seus resultados, mas por seus objetivos: procura-se manter de forma pouco identificável a aparência inicial do objeto patrimonial, prolongando a sua expectativa de vida. Isso significa manter a integridade do bem e minimizar a sua deterioração (ZANCHETI, p. 5, 2014).
Para a UNESCO, a integridade é uma medida da inteireza e de estar intacto o patrimônio natural e cultural e seus atributos. Examinar as condições de integridade requer que se acesse a extensão na qual o bem: a) inclui todos os elementos necessários para expressar o seu valor universal excepcional; b) seja de dimensão adequada para assegurar a completa representação das características e processos que atribuíram a esses bens significados; c) tenha sofrido efeitos adversos do desenvolvimento e por negligência (UNESCO, p. 22, 2005).
A imagem 3 Um mestre carpinteiro prepara uma argamassa de pó-de-serra para um enxerto
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