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Texto para Discussão

no 46

Os Desafios Postos pela Conservação da Arquitetura Moderna

MOREIRA, Fernando Diniz


Resumo:

Este texto discute os principais desafios em relação à conservação da arquitetura moderna. Nos últimos quinze ou vinte anos, assistimos a muitos casos de intervenções e restaurações de edifícios modernos, algumas bem sucedidas e outras que comprometeram irreversivelmente o valor dos bens. Essas intervenções, aliadas ao envelhecimento dos edifícios, colocam uma série de desafios que merecem uma reflexão mais cuidadosa.
Esses desafios referem-se a: 1) a própria atenção que arquitetos modernos dispensaram à funcionalidade que, conjugada com a rápida obsolescência funcional, trouxe dificuldades para a introdução de novos usos; 2) a dimensão material do edifício que inclui problemas como o uso de materiais novos sem um entendimento do desempenho destes no longo prazo, o uso de materiais tradicionais de forma inovadora, falhas na construção, problemas de detalhamento e o uso de materiais fabricados em série; 3) a necessidade de substituir sistemas infra estruturais (aquecimento, ar-condicionado, água, eletricidade, etc.) para que o edifício continue em uso, acarretando problemas de adequação; 4) a ausência de uma cultura da manutenção, que afeta diretamente os edifícios modernos; 5) a dificuldade de aceitação da pátina nesses edifícios, pois quase nunca é vista como um valor; 6) as dificuldades enfrentadas pelos conjuntos habitacionais que não conseguiram acompanhar o envelhecimento, enriquecimento e empobrecimento de suas populações; e 7) os problemas existentes no reconhecimento e tombamento desta arquitetura. Apesar de esses desafios questionarem o arcabouço teórico da conservação, não acreditamos que a conservação da arquitetura moderna deva ser diferente da conservação de obras de um passado mais distante.

 

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