Texto para Discussão
no 31
A pátina da cidade
ZANCHETI, Sílvio Mendes et all (Aline de Figueirôa Silva, Flaviana Barreto Lira, Anna Caroline Braga, Fabiana Gonçalves Gameiro)
Resumo:
Este artigo propõe uma reflexão no âmbito da conservação urbana, tomando como objeto de discussão a pátina, entendida como o efeito deixado pela passagem do tempo nas superfícies exteriores dos elementos urbanos e nas práticas sociais. A pátina é importante para a percepção do valor de antiguidade porque ela remete à percepção da passagem do tempo pela ideia de envelhecimento e decaimento. Primeiramente, o artigo traça uma evolução do conceito, desde o plano físico-químico, sendo a pátina tanto uma ação quanto um efeito causado nas tintas e metais, até uma abordagem crítica, uma vez que a pátina resulta em alterações do objeto, cujo tratamento estará condicionado aos valores que este agrega. A segunda parte propõe uma ampliação do conceito, chegando-se ao entendimento de que a pátina se manifesta na cidade em duas dimensões – a físico-material e a imaterial – e em duas escalas – da cidade e do lugar. Finalmente, a terceira parte discute as possibilidades de tratamento da pátina nos processos de revitalização urbana, a partir das noções de permanência e transformação, ações contínuas e ações episódicas. Chega-se ao entendimento de que em função da capacidade de regeneração da pátina, é imprescindível que as ações de revitalização e reabilitação urbana a considerem, buscando equilibrar as modificações. Por isso, ao se intervir em áreas antigas, cuja pátina torna-se parte inerente de sua identidade, deve-se tentar graduar no tempo as transformações, inevitáveis aos usos contemporâneos, de modo que a pátina possa se regenerar nas superfícies antigas e surgir na superfície dos novos elementos. de permanência e transformação, ações contínuas e ações episódicas.
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